quarta-feira, 27 de junho de 2012

Bravo e o iludido

                                                                            

Recentemente assisti um comercial da Fiat, mostrando o modelo Bravo 2013. Nesse caso, me chamou atenção como foi levado ao extremo o velho know how das propagandas.

Muitos desses comerciais, na tentativa de vender o produto, alardeiam os acessórios desse( motor de x cavalos, entrada USB, blue-ray...), o prazer e conforto da direção, etc; mas nesse, o discurso é mais explícito.

Desde o início, o personagem perde lentamente sua identidade: começa a desaparecer, sumir dos retratos... Somente após entrar no Bravo que o efeito cessa. A partir daí seu carro, e pois ele, passam a ser notados; principalmente pelas mulheres - no desenrolar do comercial, as cenas principais são com mulheres admirando o ''carro''.

O que se entende disso? Simplesmente que para ser reconhecido pelos outros(colegas de trabalho, amigos, mulheres...) é preciso ter algo; seja o carro do ano, roupas caras, jóias; enfim, objetos. Um discurso desses representa bem o fetichismo da mercadoria, onde o sujeito é subjugado por um objeto; o objeto, como que por feitiço, ganha ''vida'' e passa a definir a pessoa humana.

Um fato desses é apenas mais um exemplo de que, na sociedade vigente, o ser humano é encarado como um meio(comprar, produzir, consumir...) e não um fim em si mesmo(pensar, praticar esportes, estudar, amar...); o sujeito, assim, termina por se coisificar.

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