Independentemente de que dia, ontem morreram cerca de 160 pessoas no trânsito. Eram vidas; homens e mulheres que possuíam planos, família, amigos... Tudo isto foi cortado pelo caos do trânsito brasileiro; ato esse que deveria ser simples e seguro, mas que acaba virando uma odisséia. Mas, afinal, de quem é a culpa?
De início, pensa-se nos motoristas imprudentes que, por exemplo, dirigem sobre o efeito do álcool. Essa visão está correta; contudo, ao desconsiderar o contexto social, no qual ela está inserida, ela acaba por se tornar superficial.
Ora, mas quem mais poderia ser responsável? Dois grandes atores de peso: o Estado e a iniciativa privada. Aquele falha, por exemplo, ao não fornecer um transporte público de qualidade e acessível e ao não formar cidadão aptos a zelar pelo bem comum (basta olhar a depredação em vários trens e ônibus); este, ao promover o consumo de automóveis, através da lógica capitalista, e reforçar o individualismo potencializa a violência nas estradas.
Diante desse cenário, urge realizar medidas de caráter público. É, portanto, vital recuperar os transportes públicos(ônibus, trens, metrôs, etc); recuperar a educação brasileira(aumentando o financiamento para 10% e melhorando a gestão desses recursos); impor limites, assim como com os cigarros, à propaganda de automóveis - seria interessante, por exemplo, impedir propagandear carros circulando em cidades vazias; como se não houvesse engarrafamento, sinais... Estas mudanças, algumas dentre várias outras, são um bom começo para tirar essa roda que se instalou em nossos sapatos.
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