Muitos escritores se limitam a essa primeira definição; ou seja, descrevem por descrever, como se alguma obrigação moral os impusse uma total representação do universo textual. Dessa postura podem sair aqueles textos enfadonhos e travados, que mais afastam do que atraem os leitores; portanto, comportamento prejudicial ao texto, já que compromete a transmissão da mensagem.
Por outro lado, outros imputam à descrição um fim; de modo que transformam ela, de um fim em si mesma, a um meio para dado objetivo. Daí sairia a possibilidade, por exemplo, de um autor adaptar a descrição de um cenário à visão de um personagem altista; o resultado seria obviamente bastante incomum.
Pelo fato dessa descrição, ao contrário daquela, ser moldada pelo autor - que retiraria ou acrescentaria, modificaria ou não - , ela evitaria os excessos ou redundâncias; consequentemente, a leitura tornaria-se dinâmica e atraente, já que no momento da descrição - geralmente encarada como ''aquela parte chata'' - guardaria informações importantes ao texto. Enfim, seria uma descrição inteligente.
PS - indico Graciliano Ramos e Isaac Asimov como exemplo de autores que escrevem objetivamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário