terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Discurso: verde ou vermelho?


Dissertação argumentativa que fiz para um concurso da FCC, de nível médio, para TCE/GO. Não sei se está muito boa, mas acho que pode servir, por seus erros e acertos, a quem estiver se preparando para um concurso público.

O comando era: redija uma dissertação, na qual se discuta a seguinte afirmação: o grande desafio da atualidade é conciliar o crescimento econômico com a preservação dos recursos naturais, ou seja, com a exploração sustentável do meio ambiente.

O atual grande desafio, principalmente no país mais desigual do continente mais desigual, é aliar o crescimento com o desenvolvimento econômico. Afinal, de pouco adianta obter-se um crescimento sustentável se boa parte da população não tem um mínimo de direitos respeitados. Além disso, o desenvolvimento é algo mais difícil de se conseguir, já que a oposição a ele é maior do que a resistência á sustentabilidade.

Mesmo que um país como o Brasil regulasse a economia de modo a garantir um pequeno impacto da produção sobre o meio ambiente, o cidadão médio não perceberia seus benefícios já que problemas muito maiores persistiriam. Ora, de que bastaria que a "jararaca do Iguaçu" não estivesse ameaçada de extinção se milhões moram em favelas ou periferias abandonadas? Se outros tantos ganham dois dólares por dia? Se milhares, no século XXI, são vítimas do trabalho escravo? Pare esses, que são maioria ou muitos no mundo subdesenvolvido, não faria diferença.

Ademais, impulsionar o desenvolvimento, recuperando os serviços públicos e combatendo a concentração de renda, sofre mais reação na sociedade. Por exemplo: poucos se dizem contra proteger o que resta da Mata Atlântica. Porém, é comum que o Bolsa Família seja visto como uma esmola, alimentadora da preguiça - apesar dele ser uma política recomendada pelo FMI, aquele antro de comunistas. Sem falar na lógica engraçada: é como se os beneficiários fossem sadomasoquistas a ponto de preferir receber o auxílio a melhorar seu nível de vida pelo trabalho.

Portanto, tem que se superar essa lógica simplista e desatenta de que o problema central das sociedades contemporâneas é ambiental. Nesse sentido, cabe àqueles que reconhecem o verdadeiro problema combate-lo - e conscientizar a população sobre ele - pela participação política; seja nos sindicatos, partidos políticos, movimentos sociais ou meios de comunicação.

PS - O título do post foi o da redação.